Política,Sociedade Governador licenciado de Sergipe morre aos 53 anos

Governador licenciado de Sergipe morre aos 53 anos

Por: http://tribunadonorte.com.br

Marcelo Déda foi prefeito de Maceió, governador de Sergipe e deputado federal

Marcelo Déda foi prefeito de Maceió, governador de Sergipe e deputado federal

O governador licenciado de Sergipe, Marcelo Déda (PT), de 53 anos, morreu na madrugada de ontem. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, desde maio. Déda foi diagnosticado com um câncer gastrointestinal em 2012. Horas após a morte, a família postou uma mensagem no perfil do governador no Twitter: “O céu acaba de ganhar mais uma estrela. Marcelo Déda voou ‘nas asas da quimera’. Paz e bem”. O corpo de Déda chegou a Aracaju na tarde de ontem, onde desfilou em carro aberto pelas ruas da cidade até o Palácio Museu Olímpio Campos, local do velório.
Uma missa foi celebrada para poucos parentes e, em seguida, o local foi aberto ao público. O corpo foi cremado em Salvador, já que Sergipe não tem crematório.
A presidenta Dilma Rousseff foi a Aracaju acompanhar a cerimônia. Em nota, disse que o Brasil havia perdido um “grande homem” e ela, um “grande amigo”. “Como prefeito, deputado e governador, Marcelo Déda exerceu a Política com P maiúsculo”, escreveu Dilma
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também compareceu ao velório. Em nota, Lula lembrou da importância do “compadre” na construção do PT e o classificou como “exemplo de dignidade”.
“Sergipe perdeu um grande governador, o Brasil perdeu um excepcional homem público e Marisa e eu perdemos também um grande amigo, compadre e irmão”, disse o ex-presidente.

Déda afastou-se do cargo de governador em 27 de maio deste ano em razão do tratamento médico e foi substituído pelo vice, Jackson Barreto (PMDB). No início da noite de sábado, o hospital informou a “piora progressiva” do quadro clínico do governador.

Trajetória
Nascido em Simão Dias, cidade do interior de Sergipe, Déda começou a participar de movimentos estudantis ainda na década de 1970, antes de entrar para a faculdade de Direito. Em 1979, ajudou na fundação do PT. Alinhava-se na mesma tendência política de Lula, de quem se tornou amigo e compadre. No hospital, chegou a receber, na mesma semana, duas visitas do ex-presidente.
Em 1982, logo após a constituição do PT no Estado, aceitou a indicação de sair como candidato a uma vaga na Assembleia de Sergipe. Foi um fracasso: não ultrapassou os 300 votos.
A desastrada experiência não o desanimou. Em 1985, foi eleito deputado estadual. Nas eleições de 1994, foi o deputado federal mais votado no Estado, aumentando o seu prestígio no PT.
Ele conquistou a Prefeitura de Aracaju em 2000, numa eleição que ficou conhecida no Estado pela reviravolta na opinião dos eleitores: Déda começou em último lugar nas pesquisas e terminou com 52% dos votos.

Reeleito em 2004, dessa vez com 71% dos votos, não chegou a terminar o mandato. Preferiu renunciar para concorrer ao governo do Estado.
Na crise do mensalão, em 2005, ele desfrutava de tanto prestígio nos meios petistas que seu nome chegou a ser cogitado para ser o sucessor de José Dirceu no comando da sigla. Mas ele não aceitou, preferindo apoiar o nome de Tarso Genro.
Seu prestígio e força política iriam consolidar-se nos anos seguintes. Em 2006, chegou ao Palácio Olímpio Campos, sede do governo sergipano, logo no 1.º turno da eleição. Em 2010 conquistou a reeleição.
Os problemas de saúde deram os primeiros sinais em 2009, quando foi submetido a uma cirurgia para a retirada de um tumor benigno Nos anos seguintes o quadro se agravou, com presença de tumores no baço e no pâncreas. Deixa cinco filhos e a mulher Eliane Aquino, secretária de Inclusão Social.

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