Brasil Bloqueio de caminhões afeta Santos; MG, RS e BA ordenam liberação

Bloqueio de caminhões afeta Santos; MG, RS e BA ordenam liberação

Manifestantes bloquearam acessos ao maior porto do país, em SP. Governo conseguiu na Justiça primeiras decisões para liberar estradas.

Do G1, em São Paulo

O bloqueio de estradas por caminhoneiros começou a afetar o transporte de mercadorias nos portos e ferrovias do país. Nesta terça-feira (24), manifestantes fecharam os acessos ao Porto de Santos (SP), o maior do Brasil.  A Polícia Militar usou bombas de gás e prendeu 7 pessoas que se negavam a desbloquear as vias.

Também nesta terça, o governo conseguiu nas justiças do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia a liberação de trechos interditados pelos protestos.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência,Miguel Rossetto, marcou para a manhã de quarta-feira um encontro com sindicatos e representantes dos caminhoneiros.

 

Os bloqueios afetaram ainda a operação do porto de Paranaguá, no Paraná, principal terminal de exportação de produtos agrícolas do país. Segundo a administração do porto, apenas 10% dos carregamentos previstos para esta terça-feira foram realizados.

Caso o protesto prossiga, há risco de atrasos nos carregamentos dos navios atracados no porto e também das embarcações que aguardam no mar, afirma a administração.

Desde segunda-feira (23), o terminal ferroviário de Rondonópolis, no sul de Mato Grosso, deixa de exportar 12,8 mil toneladas de grãos por dia, devido aos protestos que impedem a circulação dos caminhões.

Caminhoneiros realizam protesto na estrada que leva ao porto de Santos, no litoral sul de São Paulo. O protesto causa um enorme congestionamento na entrada da cidade de Santos (Foto: Ernesto Rodrigues/Folhapress)

As manifestações, iniciadas na semana passada, conseguiram maior adesão e foram registradas paralisações de caminhoneiros em 13 estados ao longo desta terça, sendo que em 12 deles houve bloqueio de estradas.

Pouco depois das 20h, bloqueios fechavam vias em nove estados. Perto das 21h, as estradas de Mato Grosso do Sul foram liberadas após um dia inteiro de protestos. (Veja abaixo a situação de cada estado e aqui os trechos com bloqueios)

Os caminhoneiros protestam, principalmente, contra o aumento do diesel e o preço do frete, considerado baixo pela categoria. Nesta noite, o secretário-geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse que não é “pauta” do governo a redução do preço do diesel. Segundo ele, haverá uma reunião nesta quarta (25) em Brasília com lideranças dos caminhoneiros e empresários.

Decisões judiciais
O governo conseguiu nesta terça as primeiras decisões judiciais determinando o desbloqueio de rodovias pelos caminhoneiros. No Rio Grande so Sul, a Justiça Federal determinou adesocupação de três rodovias federais em Pelotas: BR-116, BR-293 e BR-392.

Outra ação, movida pelo Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do estado, conseguiu a determinação do fim dos protestos que ocupam techos de rodovias em Passo Fundo (BR-285), Santa Rosa (BR-472) e Santa Vitória do Palmar (BR-468).

Em Minas Gerais, a Justiça Federal determinou a imediata desobstrução das rodovias federais que cortam o estado, parcialmente bloqueadas por caminhoneiros desde domingo (22). Caso a decisão seja descumprida, os sindicatos que promovem os protestos pagarão multa de R$ 50 mil por hora de ocupação indevida, além de R$ 5 mil por pessoa física ou veículo.

A liberação das rodovias em Minas só deve acontecer nesta quarta, assim que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) for notificada oficialmente.

Na Bahia, decisão liminar da juíza Gabriela Silva Macedo, da Justiça Federal em Barreiras, determinou que, se as estradas não forem desbloqueadas, haverá multa de R$ 100 mil por hora.

Em Santa Catarina, a PRF começou a usar sua tropa de choque para liberar rodoviasocupadas pelo protesto de caminhoneiros. Os policiais fizeram com que os veículos que bloqueavam um trecho da BR-282 em Xanxerê, no oeste do estado, fossem tirados da pista e colocados no acostamento. Segundo a PRF, foi uma desinterdição “à força, mas sem confronto”.

 

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